quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Inverno de veraneio e o roubo.


Feliz ano novo! (estou um pouco atrasado pelo jeito, já estamos no dia dos quadrinhos nacionais)

Volto com ares novos, após ir ao país da nossa querida PANINI, trago algumas novidades para serem discutidas aqui.

Minha última postagem foi meio sem graça, entretanto existe uma explicação plausível para isso. O mês de dezembro foi bastante corrido para mim, estava iniciando minhas últimas férias, ao menos antes de entrar numa universidade e tiveram dois pontos que me tiraram o foco do blog, foram eles: primeiro, a 2º fase do vestibular seriado que estou prestando (que fiz nos dias 9 e 10) e segundo, mas não menos importante, a viagem que fiz a Itália, do qual embarquei no avião no mesmo dia 10. Desta forma surgiram muitas coisas para fazer, entre elas - revisar os assuntos do vestibular e resolver coisas referentes à viagem – assim o blog acabou ficando de fora dos meus planos, o resultado foi aquele artigo improvisado e mal argumentado.

Atropelando minha rude desculpa e indo para alguns avisos prévios...

 - Cá estamos nós num novo ano, que por sinal promete bastante, no meu caso, cheira a uma empolgação excitante (viu! Esse ano é tão especial que até virou pleonasmo). 2013 é quando marcarei minhas últimas pegadas pelo ensino médio, o terceiro ano começou, e para variar, não prometerei muitas coisas ao blog, tenho que manter um grande esforço nos estudos, com a finalidade de obter boas consequências, porém manterei o habitual – um post por semana.        

- Estou realizando algumas coisas que transcendem a barreira desse blog, pois agora estou colaborando para um site de quadrinhos, o Quadrinhos em Questão, que além de você poder acompanhar meus artigos sobre mangá (também semanais), terá a oportunidade de ler o conteúdo de qualidade que este lhe oferece. Então não deixe de dar uma conferida no produto. (ainda não sei por quanto tempo continuarei colaborando, espero que por um bom tempo)

- Há também alguns projetos envolvendo quadrinhos e parcerias nesta área, ainda incertos, que poderão surgi, e também estava planejando uma web comic para postar aqui, mas ainda não sei qual será o ritmo desse ano, dependerá do tempo. (a ideia está ai, joguei no ar... Ou melhor, no post!)


Enfim, atropelando minha rude desculpa, rudes avisos e estacionemos no que interessa.


Inverno no veraneio e o roubo. 





Este artigo é um relado dessas minhas férias, ou seja, terá um enfoque mais pessoal.

“Como é divertido ver o bafo fluindo por este ar de -10°c, comer um pouco de neve só para ver se a sede desaparece e ter a audácia de treme ao usar três casacos” e assim foi a minha ida ao país da pizza. Sair do Brasil é uma experiência maravilhosa, principalmente a primeira vez, novas culturas, novas paisagens, novas linguagens... Resumindo, muito conhecimento pra dentro da cachola e não posso deixar de agradecer a quem pôde proporcionar-me tal coisa, meus pais.

 O bordão de que “a primeira vez nunca se esquece” funciona muito, e ganha grandes proporções quando se viaja para o exterior, sozinho e ainda sendo menor de idade – o fator, menor de idade, leva o individuo a enfrentar barreiras adicionais (parece que está escrito na sua testa, não me deixe passar) e criando um paradoxo, só fui barrado uma única vez na alfândega (a outra foi por conta de uma pequena falta de atenção minha, onde quase perdi o voo, mas deixa isso quieto – ainda estou traumatizado).
 
Começando por onde fui barrado, a porta de entrada da Europa, a terra dos nossos queridos colonizadores, onde o azeite extra virgem não custa tão caro, Portugal. Minha passagem por este país foi curta e significativa, pois só passei pelo aeroporto e é exatamente onde ocorre um grande fluxo cultural, isso porque milhares de pessoas do mundo inteiro passam por lá constantemente, e acredite, é surpreendente (enquanto estava passeando pelo aeroporto topava com todo tipo de individuo, com vocábulos sempre diferentes – enquanto olhava para uma japonesa, escutava africanos conversando, desviando atenção pala eles percebia alemães perdidos, norte americanos atrás de mim, chineses... Bem, de que chineses estão em todo lugar não é surpresa). Depois dessa estimulante situação fui obrigado a partir até a Itália, meu destino final.



Passando pelos Alpes e tendo aquela maravilhosa vista do avião, chego à nação verde, branca e vermelha – o impacto termal foi o que mais me deixou apreensivo de inicio, porém eu tenho mais intimidade com o frio que com o calor e adaptei-me rapidamente. Já devidamente alojado, comecei minha busca por conhecimento, a distinção das coisas era o que mais estava a minha mira, e comparando com o que estava acostumado aqui no Brasil, tudo era diferente, aumentando drasticamente o nível da minha fascinação pelo lugar. Além disso, sou apaixonado por história, assim pude ver na prática aquilo que já apreciava na teoria - o castelo medieval que tive a chance de conhecer foi o cume desta apreciação (poder ir até um centro de estudo do Michelangelo também).



O centro de estudo do Michelangelo não foi o único vestígio de pesquisa sobre a arte nesta viagem, passei por alguns ateliês e afins, fazer isso para mim era obrigatório – ir ao cinema de lá também. Bem, esqueci de relatar mais alguma coisa? Talvez as histórias em quadrinhos e mangás... (risos!) Lógico que não esqueci – sobre estes, o que pude presenciar lá foi bem superficial, ou seja, bancas de jornal e livrarias, queria ter ido além, porém foi o suficiente.

O grande império da PANINI na Europa não é surpresa para ninguém, a quantidade de títulos publicados que encontrei lá foi divino, com uma tiragem de ótima qualidade e com preços agradáveis. Em uma única banca de jornal, que não era lá essas coisas, consegui avistar pelo menos uns 15 a 20 títulos da PLANET MANGA (encarregada dos mangás da PANINI), obras consideravelmente recente – comprei algumas com o pouco trocado que tinha. 

                                                        9° edição de SKET DANCE.

Tiver alguns encontros amorosos com as belas obras de Milo Manara nas bancas e em livrarias, artista italiano que admiro muito.

Após duas semanas sonhando neste país, retornei ao Brasil. Fora uma viagem que deixou minha mente mais aberta, aconselho para todos, se tiver a oportunidade de viajar para outro país, não pense duas vezes, pois aprenderá bastante.

                                              Um sketch que fiz nesta tranquila viagem...


Queria mostrar mais fotos da viagem, mas ocorreu uma situação interessante quando cheguei aqui. Alguns dias após ter chegado, estava hospedado numa casa de veraneio, e aconteceu de arrombarem esta casa, roubarem meu computador e sobretudo, meu HD externo - todas minhas informações foram para as mãos de algum ladrão, não esquecendo de algumas fotos e vídeos da viagem que estavam lá – foi algo inesperado e fechou minhas férias com chave de ouro.  

Bem, assim foram minhas últimas férias antes de encarar uma faculdade... Ou ao menos vestibulares – Obrigado por ter lido, e vamos ver o que 2013 tem para nós. 


Ah! Não deixe de conferir os novos parceiros do blog, que estão logo a direita da tela, não se arrependerá.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Retrospectiva e expectativa.

Talvez esta seja a última postagem do ano...

Esse ano foi bastante significativo, percebi uma grande evolução em nossa humilde terrinha, que apesar de todas as consternações, continua num ritmo de desenvolvimento razoável.

Falemos na área dos quadrinhos e do cinema também (tivemos grandes acontecimentos com este, pode não ter chegado ao grande público, porém não se pode negar o ocorrido), no entanto, em especial, nossos lobos solitários concentraram uma espantosa carga de evolução neste ano “apocalíptico”, leia-se os aficionados por quadrinhos. Aqui está uma pequena retrospectiva dos fatos de 2012 no meio “quadrinistico” (acabei de inventar esta palavra!):

- A editora Mauricio de Sousa fez projetos agradáveis, algo que fez mudar alguns dos meus conceitos quanto a tal, favoreceu a publicação de novos artistas e ainda está, com o projeto das “graphic novels”.

- A união de grandes dos blogueiros, vlogueiros, etc. Sobre mangá no Brasil – foi o projeto PortalGenkidama, que está sendo algo fantástico, com conteúdo de primeira.

- Não podemos esquecer da grande Ação Magazine, embora tenha tido alguns probleminhas, teve uma grande receptividade pelo público este ano e promete muito para o ano seguinte, fiquem atentos!!

- Os lançamentos espetaculares de Ledd e Holy Avenger

- Pode-se salientar também que houve um “boom” na criação de hqs, sobretudo levado a um estilo japonês (mangá), não sei se a publicação de Bakuman aqui, teve alguma influência – este “boom” está relacionado com fanzines e coisas que vi na internet.

- Deste “boom” saem os grandes projetos, as revistas digitais, até agora a que está com propostas coerentes e mantendo-se é a Nanquim, também tem o Mangá Pride com propostas boas e inclusive com lançamentos impressos (atualmente, um único volume lançado).

Isso é só uma minúscula retrospectiva do que este ano nos proporcionou e o que consigo lembrar agora. (algo a acrescentar, comente e enriqueça mais esta discussão)

Então agora estacionemos nosso carro nas expectativas para o ano seguinte – sendo curto e grosso, tenho a aposta de que 2013 será um marco no desenvolvimento das histórias em quadrinhos brasileiras, percebe-se que o pessoal está num fogo insano de querer produzir, então deixo minhas expectativas nessa aposta. (também estou no fogo!!)


Este é o último post do ano porque viajarei amanhã, alias peço desculpa por este não ser bem argumentado, escrevi com certa pressa.

Desejo um bom Natal e Ano novo a todos!


Até ano que vem!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dadaísmo em mangá...

Antes de começar, vamos aos rabiscos da semana...


Fazendo uma releitura em alguns jornais acumulados na prateleira, achei uma imagem de um chinês na capa e resolvi passar para o papel.


Rascunhos de zumbis, num descontraidor estudo.


Essa semana tive que fazer um estudo sobre o estilo vitoriano, para um futuro trabalho em parceria, fiz bastante coisa (buscando referências a toda hora, elas sempre estão dos nossos lados) e não posso postar tudo...


Passei este para o nanquim. (meus traços estão tremidos, preciso deixar minha mão mais firme, treinar mais... Um dos melhores instrumentos para deixar sua mão mais firme, é o bico de pena, pois ele te obriga a ter mais firmeza, pincel também, mas o pincel geralmente se encaixa com algo mais solto - só não fale isso diante de Takehiko Inoue, a firmeza e precisão que ele tem usando um pincel é incrível!)

Uma certa hora estava pensando numa HQ de nome, MAUS, uma verdadeira aula de história e tive a inspiração de rascunhar um rato, não peguei como referência os da HQ, pode notar que são bem diferentes se for comparar.



Dadaísmo em mangá...

Você já passou por isso?

O quê? Uma desconstrução de lógica, composição, ritmo e arte na leitura dum mangá... Deixando-te confuso e transformando-se num verdadeiro ato dadaísta.

Bom... Quem está deixando-te confuso agora, sou eu – iremos então à verdadeira pergunta:
Você já leu um mangá no sentido ocidental?

Não falo de mangás editados de forma inversa não, mas sim daquela situação em que você não nota a pagina de aviso em revistas publicadas aqui no Brasil, ou para aqueles que só leem online (não tem aviso nenhum) – o tal aviso de que precisamos sair da habitual forma de leitura ocidental, da esquerda para direita, para a oriental, da direita para a esquerda.

Isso é corriqueiro a leitores de primeira viagem e é algo... Digamos idiota e divertido (irritante aos que odeiam gastar o precioso tempo da sua vida - paciência, ninguém mandou passar batido pela folha de aviso!) e passei por essa experiência, maravilhosa, em minha primeira vez. O problema é cometer um ato de aniquilamento desses, a um titulo tão memorável quanto LOBO SOLITÁRIO de Kazuo Koike e Goseki Kojima – perdão aos fãs desse, mas eu acabei fazendo isso mesmo, eu era pirralho, deem-me um credito de café com leite, por favor - não foi fácil, pois não entendi absolutamente nada da história (obviamente), a revista foi parar na prateleira e a punga, atrás da minha orelha.

Como mente de criança é muito ingênua, pensei que aquilo era algo muito complexo e incompreensível para minha idade; assim se passaram alguns dias, decidi usa-lo como referência para desenhar e eis que vejo a gloriosa pagina de aviso, que por sinal estava um pouco colada à capa, se é que ainda posso justificar a minha falta de atenção (risos!)...



E a tal criança entendera que poderia ler seu primeiro mangá (que para ela fora só um gibi mesmo...) compreendendo a história; como já imaginado, uma leitura bem diferente, no entanto fora bem divertida, afinal a primeira leitura ainda estava fluente em minha cabeça, só que de forma embaraçada, como um quebra-cabeça esperando por ser montado. Desta forma procedeu-se a segunda e definitiva leitura (foi incrível!), as peças estavam ligando-se (e o sorriso no rosto surgindo, pois o dinheiro do lanche não tinha sido gastado em vão!), minha cabeça estava num movimente reflexivo fantástico, coisas que lia me faziam pensar em outras que já tinha lido, mas com outro sentido e em outra ordem (spoilers simultâneos).

Fora um bom batizado de entrada ao mundo da degustação de mangás.

Hoje enxergo isso como meu primeiro ato dadaísta - da mesma forma que se podem tirar palavras simultâneas dum jornal e forma uma poesia, virar um mictório ao avesso e afirmar que é um útero, fazer uma montagem com objetos domésticos e ver um elefante, colocar um aro de bicicleta encima dum banco e transfigura-lo como, o movimento da vida... Basicamente uma destruição da arte, embora tenha sido isso, veio para mim como algo bem divertido, principalmente depois de lê-lo da forma certa - pois ficar sem entender nada na primeira vez não foi nada divertido (risos!) – se você tiver um tempo livre e comprou aquele mangá que ainda não leu, experimente fazer isso - pode parecer idiota, no entanto estará sendo dadaísta e tirará breves sorrisos no canto da boca.

Também perceberá a importância na ordem da leitura, o ritmo que esta lhe proporciona e o desfecho da composição perante a história. Pode não parecer verdade, mas há a possibilidade de autores terem problemas por causa da ordem – por exemplo: um quadrinista japonês se mudou para os EUA, tentou pública sua história lá, só que ele insistiu em fazer sua obra com uma ordem em que não lhe era habitual (ordem ocidental), daí a história não é aceita por estar um tanto confusa – nos quadrinhos, a ordem com que você seguirá ao cria-lo, deve ser de sua habitualidade, não só pela localização dos balões ou quadros, entretanto pelo enquadramento da cena também.

Entendamos isso... Como você está lendo este texto? Está começando da primeira palavra na linha, no caso a esquerda da tela, passando pelo meio da linha, indo para o final da linha e voltando tudo de novo na próxima linha. Seus olhos fizeram um movimento da esquerda para direita, não? Só que nos quadrinhos, está movimentação é um pouco distinta, aqui só temos letras num posicionamento linear, ao

menos
 
                                          que
                       eu
                                                                            faça



                                                                                                                    isso, assim seus olhos procurarão algo que lhes atraia e que dê um certo significado, é o que ocorre nos quadrinhos – o autor precisa jogar os olhos do leitor de uma forma significativa, ou melhor, precisa atrair a visão do leitor a cada quadro de forma natural e prazerosa – você que faz história e quadrinhos, por favor, tenha uma coisa em mente: tudo que estiver na composição da estória deve ter um significado, ou apenas estará lá enchendo linguiça e ver aquela linguiça cheia dá uma canseira no leitor que você nem imagina, você não quer que seu leitor se canse né?

Se o olhar do seu leitor for atraído por algo insignificante colocado na cena, ele perderá o interesse pela leitura, logo passara batido pelas outras que dão algum significado. É algo bem simples de entender na teoria, no entanto na prática é bastante complicado, principalmente quando não se dá a devida atenção, não se analisa o trabalho de forma seca (autocondenando-se, isso se não tiver alguém que possa condenar-te, ai são outros 500) e não se estuda bastante (sobretudo, deve-se praticar muito, quanto mais praticamos, mais somos capazes de quebrar as duas barreiras anteriores – começamos a tomar mais cuidado, enxergamos nossos erros com mais clareza, tudo isso com a prática). 

E qual a relação de tudo isso com a ordem de leitura?

Basicamente tudo, se o quadrinista não tiver o habito de certa ordem e formular as cenas mesmo assim, acabará deixando o leitor perdido – jogará o olhar dele para um lado, entretanto a cena está sendo completada em outro, no quadro ou cena seguinte.

Um último aviso para nós, guerreiros, que lutamos contra tudo e todos, só para criar uma pagina agradável à vista do outro (quadrinistas, desenhistas ou roteiristas brasileiros – ou ao menos aqueles que estão esforçando-se para um dia poder ter o direito de enquadrar-se num desses titulos, no caso eu), sobretudo os que se proclamam, mangakas brasileiros – escolham com cuidado a ordem que queira seguir em suas histórias, mesmo que goste de mangás, olhe para o chão em que está pisando e perceba em que país está, dê um pouco de valor ao menos a nossa ordem de leitura; se quiser criar algo no sentido oriental, tudo bem (existem muitas pessoas que almejam a publicação lá fora, visando a mercado asiático, é válido a estas), mas esteja preparado para isso, ok?   

E este foi o poste de hoje, obrigado pela atenção e até a próxima!

Ah! Não esqueça de deixar seu comentário - se achar algum erro, se tiver uma visão distinta, etc. Fique a vontade e declame sua critica logo aqui em baixo, ajuda bastante e é saudável.













domingo, 25 de novembro de 2012

Inicio e uma pequena viagem psicológica.

Antes de começar, aqui estão alguns rabiscos recentes, são bem simples, pois eu não estou tendo muito tempo para sentar e concentrar-me nos desenhos...

Ultimamente estou usando o ILLUSTSTUDIO para rabiscar no pc, estou gostando de usar ele, aconselho - não é muito pesado e tem ótimas ferramentas.

Este é só um rabisco experimental...

Leiamos mais, muito mais. Encare como uma ordem, uma frase imperialista, pois é nessa concepção que precisamos trafegar.

Vamos onde tudo começou – há muitos anos atrás, em 1995, nasce um garoto...

Certo, não precisamos ir tão longe assim. Não sei ao certo quando comecei a interessar-me por arte, entretanto tenho um conceito bem simples – quando estava divertindo-me era sinal de que a arte estava envolvida (ou só estava brincando de pique esconde mesmo) e quando falo em arte, refiro-me a fazer desenhos escrotos num caderno de colorir, de personagem seja de quadrinhos seja de filmes ou de desenhos que passavam na TV - os dois últimos eram os mais habituais na minha infância, arrependo-me pelo primeiro não ter sido tão movimentado, tinha preguiça de ler (totalmente diferente de hoje, não vivo sem alguma coisa que tenha letras na mão) então não achava tão legal, pelo menos os que me deparava - descobrindo os mangás e toda aquela movimentação envolvida numa pagina, acabei deixando a preguiça de lado.  

Passa-se a infância e toda a bizarrice divertida de tal época e vem à adolescência (da qual ainda estou, 17 anos) onde conheci a internet, de forma muito vexada ainda, não cheguei a ter 50 amigos no Orkut  e 10 no msn – vejam como sou uma pessoa sociável virtualmente – da internet vem a informação e informação é tudo, diga-se de passagem. O pior é que não a usei de forma certa, adquiri uma ideia fixa na cabeça e foi o meu grande pecado – tem um oceano de coisas na internet, entretanto até pouco tempo atrás eu só me vinculei a pequenas coisas, que deixava a minha cabeça com pensamentos pequenos e irreais. 

Em novembro do ano passado, surgi o principio da dissipação dessa ideia fixa, desse ser que não olhava para os lados e não enxergava o mundo – aprendi muita coisa a partir dessa ideia fixa, mas perdi de aprender muito mais se fosse sem ela – para os que me conhecem de longa data, acalmem-se, não deixei de desenhar, nem de criar minhas histórias, apesar de não ter publicado nenhuma aqui na net, sabem que vivia enviando para concursos e esse tipo de coisa. O que quero dizer é que eu estava atrofiando-me do resto do mundo - inclusive virtualmente, onde se pode conhecer o mundo inteiro sentado na cadeira... E eu só estava no Facebook, inerte – quando notei isso, acabei percebendo o que estava perdendo, o tanto de conhecimento que sempre esteve ao meu alcance e deixei passar, com isso a minha mente ficou confusa e veio a depressão (não só isso, mas o período também favoreceu: 2º ano do ensino médio, decisões a tomar, etc.) e decidi afastar-me definitivamente, por um período, das redes sociais e procurar novas coisas, no mundo da arte principalmente – aumentei minha paixão pelos livros, pela leitura, por outros tipos de arte envolvendo o desenho do qual só estava vinculado ao estilo japonês antes e o mais significante neste tempo foi o cinema, onde já tinha um certo interesse anteriormente, entretanto depois disso se tornou uma paixão forte equiparando-se a minha grande paixão, os quadrinhos (embora sejam divergentes em alguns conceitos, são irmãos – os mangás mesmo, são o que são hoje por causa do cinema, Osamu Tezuka e sua paixão, transmitiu movimento em seus quadrinhos e deu no que deu.). Vou definir este lapso, como um período de “renovação” e agora estou aqui de novo escrevendo alguma coisa.

“Ops! Escrevi o texto todo como se leitor já me conhece-se, alguns já, no entanto é bom apresentar-me para os que não.”

Olá, sou Katsumi Aono e não sou japonês só para constar, este é um pseudônimo e você me pergunta – Por que um nome japonês como pseudônimo? – Porque eu quero, oras!! (Brincadeirinha!) Na verdade algumas coisas que conquistei até agora em minha vida, pequenas coisas obviamente (quase alfinetes de tão pequenas), mas que fizeram toda diferença para um possível desenvolvimento é consequência do meu interesse na cultura e algumas ideologias nipônicas (leia-se “algumas”, japonês também é "fdp" como todo mundo e existem coisas que não concordo também), assim me senti na obrigação de ter alguma coisa que simbolizasse esta influência. Tenho 17 anos, meu objetivo de vida é o conhecimento – usando de ferramentas que sou apaixonado principalmente (escrever, desenhar - quadrinhos, cinema, livros, enfim... Arte.) e o meu objetivo aqui neste blog é ajudar-te, ajudar-me, ajudar-nos de alguma forma.

Para os que já me conhecem – VOLTEI GALERA!


Antes de decretar o termino deste post, quero deixar uma pequena cogitação que tive recentemente sobre duas obras parecidas – Fullmetal Alchemist ( Hiromu Arakawa) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) – concorda comigo sobre as duas serem parecidas?
Quem já presenciou o 2º ano do ensino médio, provavelmente já leu ou apenas ouvido falar sobre, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Mas se ainda não conhece e é um amante de Fullmetal Alchemist, espero que goste dessa pequena reflexão que tive lendo tais (e não deixe de conferir MPBC também) achando uma minúscula ponte unindo-as, ao menos na minha cabeça.

(nota: daqui para frente, spoilers, poderão estar presente, cuidado!)

Antes de qualquer coisa, estarei falando do mangá de FMA, ainda não olhei o anime, somente o Brotherhood, que segue o enredo original. Quanto a Memórias Póstumas de Brás Cubas, citarei só o livro, não pense em pegar o filme, pois assim estragará a experiência.

A questão é: onde está a minúscula ponte que achei entre estas? Este acontecimento em FMA é o que estrutura a estória, entretanto, em MPBC não é de tamanha importância.

Damos nome aos bois então?

( Edward Elric aparece simultaneamente, após o acontecimento, num “nada”  sentindo-se um ponto numa imensa folha de papel, só que atrás dele há um tipo de portal...) Percebe-se em  que situação estamos, ou melhor, na situação da estória. É exatamente o que levou Ed e Al a trilhar suas aventuras e buscar seus objetivos, que aparece para Brás Cubas como um simples delírio anteposto a sua morte.

Não é preciso nem ler todo o livro de MPBC, ao menos tenha posse do capítulo, O DELÍRIO, da obra e acompanhe-me nesta analogia.

Neste, Brás Cubas (o personagem principal), que se encontra num estado de espera pela morte, teve um breve momento de alucinação – em seu delírio, ele é levado por um hipopótamo até o inicio dos tempos (o que faz muito sentido!), até que no final da trajetória ele se vê em uma imensidão branca...
“... até que o animal estacou, e pude olhar mais tranquilamente em torno de mim. Olhar somente; nada vi, além de imensa brancura...” trecho do livro.

Chegando neste ambiente, ele se depara com um ser de figura feminina que se dá o nome de Natureza. (até ai eu começava a ter alguns fleches de memória com FMA) Eles começam a conversar, ela se define – “levo na minha bolsa os bens e males, e o maior de todos, a esperança, consolação dos homens.” “eu não sou somente a vida; sou também a morte”- enxerguei isso como a definição de “Deus” e foi o conceito que me apeguei – Brás que está sobre o deleite da morte, pede a ela que lhe dê mais um tempo de vida, após isso, ocorre o que para Ed foi a descoberta do “conhecimento verdadeiro”; Brás começa a ver tudo, absolutamente tudo o que ocorreu no universo, como se todos os tempos fossem reduzidos a uma pequena pastilha da qual ele comeu e experimentou o gosto amargo da verdade.

Convenhamos, se existem duas pessoas (personagens) que conseguiram ver a verdade por trás do mundo, estas foram Edward Elric e Brás Cubas. (brincadeiras a parte) Nota-se a semelhança na ideia da situação em que os personagens estavam; fiquei estarrecido com isso, são produções totalmente diferentes - não só em termo de gênero, formas narrativas ou origem, mas o contexto histórico foi o que mais me impressionou, Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado em 1881 e Fullmetal Alchemist em 2001 – 2010, isso é fascinante! (também se percebe como a ideia de Machado de Assis é tão atual, incrível!) Vai ver Hiromu Arakawa deu uma passadinha pela literatura brasileira enquanto trabalhava na composição de FMA, nunca se sabe (hahaha!).


Deixando minhas viagens de lado, esse foi o primeiro post desse novo blog, espero que tenham gostado e obrigado pela atenção.