domingo, 25 de novembro de 2012

Inicio e uma pequena viagem psicológica.

Antes de começar, aqui estão alguns rabiscos recentes, são bem simples, pois eu não estou tendo muito tempo para sentar e concentrar-me nos desenhos...

Ultimamente estou usando o ILLUSTSTUDIO para rabiscar no pc, estou gostando de usar ele, aconselho - não é muito pesado e tem ótimas ferramentas.

Este é só um rabisco experimental...

Leiamos mais, muito mais. Encare como uma ordem, uma frase imperialista, pois é nessa concepção que precisamos trafegar.

Vamos onde tudo começou – há muitos anos atrás, em 1995, nasce um garoto...

Certo, não precisamos ir tão longe assim. Não sei ao certo quando comecei a interessar-me por arte, entretanto tenho um conceito bem simples – quando estava divertindo-me era sinal de que a arte estava envolvida (ou só estava brincando de pique esconde mesmo) e quando falo em arte, refiro-me a fazer desenhos escrotos num caderno de colorir, de personagem seja de quadrinhos seja de filmes ou de desenhos que passavam na TV - os dois últimos eram os mais habituais na minha infância, arrependo-me pelo primeiro não ter sido tão movimentado, tinha preguiça de ler (totalmente diferente de hoje, não vivo sem alguma coisa que tenha letras na mão) então não achava tão legal, pelo menos os que me deparava - descobrindo os mangás e toda aquela movimentação envolvida numa pagina, acabei deixando a preguiça de lado.  

Passa-se a infância e toda a bizarrice divertida de tal época e vem à adolescência (da qual ainda estou, 17 anos) onde conheci a internet, de forma muito vexada ainda, não cheguei a ter 50 amigos no Orkut  e 10 no msn – vejam como sou uma pessoa sociável virtualmente – da internet vem a informação e informação é tudo, diga-se de passagem. O pior é que não a usei de forma certa, adquiri uma ideia fixa na cabeça e foi o meu grande pecado – tem um oceano de coisas na internet, entretanto até pouco tempo atrás eu só me vinculei a pequenas coisas, que deixava a minha cabeça com pensamentos pequenos e irreais. 

Em novembro do ano passado, surgi o principio da dissipação dessa ideia fixa, desse ser que não olhava para os lados e não enxergava o mundo – aprendi muita coisa a partir dessa ideia fixa, mas perdi de aprender muito mais se fosse sem ela – para os que me conhecem de longa data, acalmem-se, não deixei de desenhar, nem de criar minhas histórias, apesar de não ter publicado nenhuma aqui na net, sabem que vivia enviando para concursos e esse tipo de coisa. O que quero dizer é que eu estava atrofiando-me do resto do mundo - inclusive virtualmente, onde se pode conhecer o mundo inteiro sentado na cadeira... E eu só estava no Facebook, inerte – quando notei isso, acabei percebendo o que estava perdendo, o tanto de conhecimento que sempre esteve ao meu alcance e deixei passar, com isso a minha mente ficou confusa e veio a depressão (não só isso, mas o período também favoreceu: 2º ano do ensino médio, decisões a tomar, etc.) e decidi afastar-me definitivamente, por um período, das redes sociais e procurar novas coisas, no mundo da arte principalmente – aumentei minha paixão pelos livros, pela leitura, por outros tipos de arte envolvendo o desenho do qual só estava vinculado ao estilo japonês antes e o mais significante neste tempo foi o cinema, onde já tinha um certo interesse anteriormente, entretanto depois disso se tornou uma paixão forte equiparando-se a minha grande paixão, os quadrinhos (embora sejam divergentes em alguns conceitos, são irmãos – os mangás mesmo, são o que são hoje por causa do cinema, Osamu Tezuka e sua paixão, transmitiu movimento em seus quadrinhos e deu no que deu.). Vou definir este lapso, como um período de “renovação” e agora estou aqui de novo escrevendo alguma coisa.

“Ops! Escrevi o texto todo como se leitor já me conhece-se, alguns já, no entanto é bom apresentar-me para os que não.”

Olá, sou Katsumi Aono e não sou japonês só para constar, este é um pseudônimo e você me pergunta – Por que um nome japonês como pseudônimo? – Porque eu quero, oras!! (Brincadeirinha!) Na verdade algumas coisas que conquistei até agora em minha vida, pequenas coisas obviamente (quase alfinetes de tão pequenas), mas que fizeram toda diferença para um possível desenvolvimento é consequência do meu interesse na cultura e algumas ideologias nipônicas (leia-se “algumas”, japonês também é "fdp" como todo mundo e existem coisas que não concordo também), assim me senti na obrigação de ter alguma coisa que simbolizasse esta influência. Tenho 17 anos, meu objetivo de vida é o conhecimento – usando de ferramentas que sou apaixonado principalmente (escrever, desenhar - quadrinhos, cinema, livros, enfim... Arte.) e o meu objetivo aqui neste blog é ajudar-te, ajudar-me, ajudar-nos de alguma forma.

Para os que já me conhecem – VOLTEI GALERA!


Antes de decretar o termino deste post, quero deixar uma pequena cogitação que tive recentemente sobre duas obras parecidas – Fullmetal Alchemist ( Hiromu Arakawa) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) – concorda comigo sobre as duas serem parecidas?
Quem já presenciou o 2º ano do ensino médio, provavelmente já leu ou apenas ouvido falar sobre, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Mas se ainda não conhece e é um amante de Fullmetal Alchemist, espero que goste dessa pequena reflexão que tive lendo tais (e não deixe de conferir MPBC também) achando uma minúscula ponte unindo-as, ao menos na minha cabeça.

(nota: daqui para frente, spoilers, poderão estar presente, cuidado!)

Antes de qualquer coisa, estarei falando do mangá de FMA, ainda não olhei o anime, somente o Brotherhood, que segue o enredo original. Quanto a Memórias Póstumas de Brás Cubas, citarei só o livro, não pense em pegar o filme, pois assim estragará a experiência.

A questão é: onde está a minúscula ponte que achei entre estas? Este acontecimento em FMA é o que estrutura a estória, entretanto, em MPBC não é de tamanha importância.

Damos nome aos bois então?

( Edward Elric aparece simultaneamente, após o acontecimento, num “nada”  sentindo-se um ponto numa imensa folha de papel, só que atrás dele há um tipo de portal...) Percebe-se em  que situação estamos, ou melhor, na situação da estória. É exatamente o que levou Ed e Al a trilhar suas aventuras e buscar seus objetivos, que aparece para Brás Cubas como um simples delírio anteposto a sua morte.

Não é preciso nem ler todo o livro de MPBC, ao menos tenha posse do capítulo, O DELÍRIO, da obra e acompanhe-me nesta analogia.

Neste, Brás Cubas (o personagem principal), que se encontra num estado de espera pela morte, teve um breve momento de alucinação – em seu delírio, ele é levado por um hipopótamo até o inicio dos tempos (o que faz muito sentido!), até que no final da trajetória ele se vê em uma imensidão branca...
“... até que o animal estacou, e pude olhar mais tranquilamente em torno de mim. Olhar somente; nada vi, além de imensa brancura...” trecho do livro.

Chegando neste ambiente, ele se depara com um ser de figura feminina que se dá o nome de Natureza. (até ai eu começava a ter alguns fleches de memória com FMA) Eles começam a conversar, ela se define – “levo na minha bolsa os bens e males, e o maior de todos, a esperança, consolação dos homens.” “eu não sou somente a vida; sou também a morte”- enxerguei isso como a definição de “Deus” e foi o conceito que me apeguei – Brás que está sobre o deleite da morte, pede a ela que lhe dê mais um tempo de vida, após isso, ocorre o que para Ed foi a descoberta do “conhecimento verdadeiro”; Brás começa a ver tudo, absolutamente tudo o que ocorreu no universo, como se todos os tempos fossem reduzidos a uma pequena pastilha da qual ele comeu e experimentou o gosto amargo da verdade.

Convenhamos, se existem duas pessoas (personagens) que conseguiram ver a verdade por trás do mundo, estas foram Edward Elric e Brás Cubas. (brincadeiras a parte) Nota-se a semelhança na ideia da situação em que os personagens estavam; fiquei estarrecido com isso, são produções totalmente diferentes - não só em termo de gênero, formas narrativas ou origem, mas o contexto histórico foi o que mais me impressionou, Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado em 1881 e Fullmetal Alchemist em 2001 – 2010, isso é fascinante! (também se percebe como a ideia de Machado de Assis é tão atual, incrível!) Vai ver Hiromu Arakawa deu uma passadinha pela literatura brasileira enquanto trabalhava na composição de FMA, nunca se sabe (hahaha!).


Deixando minhas viagens de lado, esse foi o primeiro post desse novo blog, espero que tenham gostado e obrigado pela atenção.